DE ALBAS Y PONIENTES
Me conhece a estrela boieira,
de tanto que le digo bom dia,
nas madrugadas de nostalgia
em que a saudade matreira,
com uns amargos de poesia,
sopra as brasas do coração,
para curar a solidão,
dessa insônia caborteira...
M’encantam as cores d’aurora,
quando o sol de ouro vem vindo;
na capital, ou lá fora,
não existe céu mais lindo!
Deus com seu saber infindo,
demonstra Seu grande poder,
que é pa’ todo o mundo saber
que Ele nos quer ver sorrindo...
Também se passa no poente,
sangrando cada ocaso,
e mesmo quem não é crente,
por algo que não vem ao caso,
sente uma imensa emoção,
ao ler, na tela do infinito,
com tanta cor e inspiração,
o salmo que ali está dito...
Então, acendo um cigarro,
degustando as cores do céu,
e ao mate amargo me agarro
sem apuro, trançando o sovéu
das minhas horas sem sono,
milongueando uma verdade
desse mundo que é meu dono,
na tarca da tua saudade...!
Porto Alegre, terça-feira 15/01/2013 – 06H42’
JFDW – el Chango Duarte.
Me conhece a estrela boieira,
de tanto que le digo bom dia,
nas madrugadas de nostalgia
em que a saudade matreira,
com uns amargos de poesia,
sopra as brasas do coração,
para curar a solidão,
dessa insônia caborteira...
M’encantam as cores d’aurora,
quando o sol de ouro vem vindo;
na capital, ou lá fora,
não existe céu mais lindo!
Deus com seu saber infindo,
demonstra Seu grande poder,
que é pa’ todo o mundo saber
que Ele nos quer ver sorrindo...
Também se passa no poente,
sangrando cada ocaso,
e mesmo quem não é crente,
por algo que não vem ao caso,
sente uma imensa emoção,
ao ler, na tela do infinito,
com tanta cor e inspiração,
o salmo que ali está dito...
Então, acendo um cigarro,
degustando as cores do céu,
e ao mate amargo me agarro
sem apuro, trançando o sovéu
das minhas horas sem sono,
milongueando uma verdade
desse mundo que é meu dono,
na tarca da tua saudade...!
Porto Alegre, terça-feira 15/01/2013 – 06H42’
JFDW – el Chango Duarte.
Jorge Frederico Duarte Webber
O ÍNDIO GUMERCINDO
Sumido em meio a um pajonal,
o umbu grande, um pé de amora
e seu ranchito pintado de cal,
donde um urutau tristonho le chora...
Sob o tisnado alero de totora,
chiava a cambona, no fogo de chão;
quando veio saludar-le a aurora,
jazia também o mate, volteado no chão...
Tal como o palhero na mão
acostumada a trançar tento,
foi apagando-se, ao vento,
ao lado do velho parcero violão...
Mirando os astros no firmamento,
era agora mais uma estrela no céu,
guasquero e payador de fundamento,
mestre na arte da lonca e do sovéu...
Lo encontraram sorrindo
um sorriso mui lindo,
o índio Gumercindo...
Vai ver, às portas do grande mistério,
aquele xiru, sempre tão sério,
a prenda amada reencontrou,
sua china, a Dona Clorinda,
que, na flor da idade ainda,
foi lavar na sanga e não voltou.
Porto Alegre/RS, sexta-feira 08/II/2013 – 14H44’
JFDW – el Chango Duarte.
Sumido em meio a um pajonal,
o umbu grande, um pé de amora
e seu ranchito pintado de cal,
donde um urutau tristonho le chora...
Sob o tisnado alero de totora,
chiava a cambona, no fogo de chão;
quando veio saludar-le a aurora,
jazia também o mate, volteado no chão...
Tal como o palhero na mão
acostumada a trançar tento,
foi apagando-se, ao vento,
ao lado do velho parcero violão...
Mirando os astros no firmamento,
era agora mais uma estrela no céu,
guasquero e payador de fundamento,
mestre na arte da lonca e do sovéu...
Lo encontraram sorrindo
um sorriso mui lindo,
o índio Gumercindo...
Vai ver, às portas do grande mistério,
aquele xiru, sempre tão sério,
a prenda amada reencontrou,
sua china, a Dona Clorinda,
que, na flor da idade ainda,
foi lavar na sanga e não voltou.
Porto Alegre/RS, sexta-feira 08/II/2013 – 14H44’
JFDW – el Chango Duarte.
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